terça-feira, 31 de março de 2009

Kasabian - Vlad the Impaler (2009)

Kasabian

E o Kasabian parece ter retomado sua veia dançante, que era a característica mais forte da banda em sua estreia. O single novo, disponibilizado no site dos caras para download até o dia 3, está realmente BEM a cara da banda: som pesado, agressivo e arrogante. O bom e velho Kasabian, que muita gente sentia falta. E o clipe também está bem legal, dá uma olhada:


Para baixar, vá até o site da banda ou por aqui mesmo.
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The Horrors - Primary Colours (2009)

The Horrors

Quem está preparado para um amadurecimento tão repentino?
De repente, você acorda e não quer mais ouvir as mesmas músicas, assiste a filmes que mostram que sua vida está prestes a mudar. Mas você, ainda não mudou. Não totalmente. Você só ficou mais sério, pensa em coisas maiores, quer chegar mais longe. E aí, chega até sua banda e diz: - Tenho uma ideia!

O The Horrors ainda é a mesma banda. Mas está realmente diferente. Não está pior ou melhor, é a mesma banda de outra maneira. Como se fosse um novo capítulo para aquele clima "filme de terror" que todo mundo inseria a banda. E, como já disse por aqui, esse filme de terror ainda existe. Mas o trash, se transformou em cult. E o filme, sob algumas perspectivas, será apenas pretencioso e chato. Sob outros olhares, será o amadurecimento necessário e de uma riqueza grandiosa.

Eu fico com a segunda opção.



Claramente influenciado por uma onda gótica, usando o shoegaze e o krautrock como base, os ingleses apresentam novas influências, além daquelas que todos já conheciam. Agora, eles chegam até a lembrar Spiritualized, The Cure e My Bloody Valentine, em alguns pontos e, souberam muito bem, administrar essa nova mudança. Músicas mais longas, desespero contido em forma de angústia e arranjos corretíssimos, tudo com a supervisão e produção de Geoff Barrow, do Portishead.

Ao decorrer do álbum, você percebe que ainda pode enxergar muito daquele velho Horrors que conquistou (ou assustou) muita gente. Mas é muito bacana ver como a banda cresceu e se interessou em se modificar. Não correram atrás do hype, não lançaram algo com a segurança de acertar. Abriram mão do certo, para buscar algo maior. Buscaram respeito através do que sabiam que eram capazes. E tudo isso é sobre amadurecimento.

The Horrors - Primary Colours (2009)
The Horrors - Primary Colours (2009)
01 - Mirror's Image
02 - Three Decades
03 - Who Can Say
04 - Do You Remember
05 - New Ice Age
06 - Scarlet Fields
07 - I Only Think Of You
08 - I Can't Control Myself
09 - Primary Colours
10 - Sea Within A Sea
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segunda-feira, 30 de março de 2009

Telekinesis! - Telekinesis! (2009)

Telekinesis!

Telekinesis! é Michael Benjamin Lerner, cantando atrás de uma bateria e compondo de maneira competente, com uma guitarra empunhada. Um cara que acredita em um pop interessante, e transforma a chuvosa Seattle em canções mais que ensolaradas. Um cara que realmente acredita que o pop pode ser sobre alegria e que não se afunda em lágrimas para te emocionar. Que mostra o lado mais bonito das coisas e que até chora de saudade, mas que não se aguenta de tanta felicidade no reencontro.


Produzido por Chris Walla (guitarrista do Death Cab for Cutie e produtor de álbuns do Decemberists, Hot Hot Heat e Nada Surf), o primeiro álbum, e auto-intitulado, do Telekinesis! sai no próximo dia 7, em formato físico, mas já está rodando pela internet. Comparações com DCfC serão inevitáveis mas, além do frescor das canções e das guitarras pop focadas em riffs (e o cabelo, talvez), não resta nada que dê margem para tal tipo de comparação. Em todo caso, esse é o tipo de comparação saudável, já que o apreço é mútuo entre as bandas e o foco das duas não é muito diferente: fazer canções que mexam com sentimentos e que sejam absorvidas, muito facilmente, de maneira saborosa. Músicas jovens que funcionam para qualquer idade, pois despertam sensações que não envelhecem.

Michael Benjamin Lerner é o Telekinesis!, no caso, o álbum. E isso ainda não diz muito mas, o que se pode ouvir, é muito mais do que poderia ser dito. Se trata do que pode se sentir.

Telekinesis! - Telekinesis! (2009)
Telekinesis! - Telekinesis! (2009)
01 - Rust
02 - Coast Of Carolina
03 - Tokyo
04 - Look At The East
05 - Awkward Kisser
06 - Foreign Room
07 - Great Lakes
08 - Imaginary Friend
09 - All Of A Sudden
10 - Calling All Doctors
11 - I Saw Lightning
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sexta-feira, 27 de março de 2009

It's A Buffalo - Don't Be Scared (2009)

It's A Buffalo

Com alguns refrões mais pegajosos e com a mídia um pouco mais disposta, o It's A Buffalo poderia ser a banda desse ano. Falta um pouco? Sim, falta um pouco mais de força. Mas, veja bem, são quatro garotos se divertindo e fazendo músicas realmente alegres e espertas. Já vimos isso várias vezes antes e nos apaixonamos por diversas delas. Quem sabe?


Vindos de Manchester e falando diretamente com os jovens, você pode associá-los a muitas bandas dali que já fizeram isso: Stone Roses, Oasis, Joy Division, Smiths, entre outros. Então, seria algo bem nessa linha, certo? Não tão certo. As influências dos garotos parecem vindas de outros lados da Inglaterra e mais pras bandas americanas. Timbres de guitarras mais acentuados, com riffs repetitivos, bateria enérgica e vozes se cruzando. Tudo com uma despretensão que parece muito sincera e com um ar "inocente", deixando transparecer que, aquilo que está sendo feito, é realmente parte do que vivem e, o que dizem, é uma verdade entre eles. Se isso tudo é armado ou não, é mistério mas, cá entre nós, pouco importa.

Quando surgem quatro garotos cheio de energia, a fim de fazer música pra colocar o público pra cima, há sempre olhares atentos e ouvidos dispostos. Não importa se duram muito pouco, se são precisos logo na estreia ou se o tempo os torna grandes. Foi assim com Beatles e com Arctic Monkeys, e até com os compatriotas do Joy Division, Stone Roses e Smiths. Então, por que não?

It's A Buffalo - Don't Be Scared (2009)
It's A Buffalo - Don't Be Scared (2009)
01 - Marbles
02 - Somewhere In Range
03 - Seaslide
04 - Climb Climb
05 - Bang! On The Seafront
06 - Broken Toy
07 - When It Went Dark
08 - Divorce Song
09 - Outlines
10 - Run And Hide
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quinta-feira, 26 de março de 2009

Silversun Pickups - Swoon (2009)

Silversun Pickups

Daqui há alguns anos, quando toda a mídia acordar e resolver falar de um revival dos anos 90, você vai lembrar que em 2006, falar do Silversun Pickups e do renascimento da década passada, era uma coisa muito descolada. Só que, aí todo esse papo, vai ser chato pra caramba.

Tudo isso, é claro, se você estava acordado em 2006 e ouviu o Carnavas, um dos álbuns mais bacanas daquele ano.


Simplesmente, ficou impossível não esperar ansiosamente pelo novo álbum da banda.

Swoon vazou 15 dias antes de seu lançamento oficial, fazendo a felicidade de todo mundo que ouvia Panic switch, o single disponibilizado pela banda, em seu MySpace, desde o dia 6 desse mês, e aguardava um Silversun Pickups mais intenso e interessante ainda. Se isso é o que você esperava, não vai se decepcionar. Mais pesado e recuperando tudo aquilo de interessante que a década de 90 produziu (mas com uma cara de novidade muito bacana), o novo álbum vem pesado e maduro. Brian Aubert se superou como guitarrista e criou momentos impressionantes e empolgantes, o baixo de Nikki Monninger está ainda mais em evidência e delicioso.

Mais uma vez, parece que o Silversun Pickups veio para tomar a atenção de todos, não economizou em nada. Composição e produção impecáveis. Você consegue imaginar vídeo-clipes para todas as músicas, já que a atmosfera é da década passada, onde era a MTV que erguia as bandas e, com um álbum tão completo assim, todas as canções são e seriam dignas (em qualquer época) de evidência e de paradas em FM's.

Não me entenda mal, não quero ser o chato e ficar falando de revival de anos 90. Mas o Silversun Pickups surgiu das influências dessa década, e do melhor do nicho. Entre os melhores da década passada, eles se destacariam (caso já existissem). Porém, hoje, não é diferente, e eles se destacam entre muitos e produz algo realmente diferente (por mais que seja influenciado e, enfim...).

E se você está acordado hoje, vá se preparando pelo que realmente vai incomodar, todo papo de "anos 90 está de volta" será chato pra caramba. Mas pense pelo lado bom, você terá pelo menos dois maravilhosos álbuns pra curtir e sorrir pela existência da década que passou.

Silversun Pickups - Swoon (2009)
Silversun Pickups - Swoon (2009)
01 - There's No Secrets This Year
02 - The Royal We
03 - Growing Old Is Getting Old
04 - It's Nice To Know You Work Alone
05 - Panic Switch
06 - Draining
07 - Sort Of
08 - Substitution
09 - Catch & Release
10 - Surrounded
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Disco Alto - Sierra Nevada (2009)

Disco Alto

Há quem queira colocar a música brasileira à prova. Sempre, com um sentimento nostálgico, tentando dizer que não se produz mais música de qualidade no Brasil, e levam isso até os anos 70 ou para o pseudo-bom-rock produzido pelos 80. Perda de tempo entrar numa discussão dessa. Quem se guia pelas FM's para determinar e procurar o que há de bom em música, está revirando lixo... e lixo velho, que nem os ratos querem mais. Um exemplo forte, de que a música boa está fora das rádios, é o Disco Alto.


Os bons brasilienses lançaram, há pouco, seu primeiro álbum intitulado Sierra Nevada e, pra quem coloca Radiohead como unânimidade entre a banda e já trabalhou até como banda cover, os rapazes impressionam muito. A música não é apenas guiada pelos ingleses, mas também se vê ares de Sigur Rós e de coisas mais novas na linha Folk-Psicodélico (apesar da pegada aqui ser essencialmente Rock). As letras em português são muito originais, não remetem a um estilo de composição de qualquer outro artista por aqui, não consegui encontrar uma referência, apesar dos próprios ressaltarem Roberto Carlos como influência. Mas, falar de tudo isso, é apenas repetir o que vem sendo dito por aí.

A grande verdade é que a banda evoluiu muito desde as primeiras gravações apresentadas, e não que em algum momento eles foram fracos ou ruins, mas ganharam um poder de síntese que funciona até para o silêncio entre um verso e outro. Em dez faixas e em 45 minutos, apresentam uma banda madura e inteligentíssima, explorando uma atmosfera "montanhosa" e fria, que poderia soar estranho para o cenário Brasília mas que, ao ouvida, preenche o cérebro e o coração com uma melancolia doce e agradável.

E aí, meu amigo, não se trata de Post-Rock, de Radiohead ou de música que se toca em rádio. Se trata de música qualidade e, com o melhor álbum nacional do ano até agora, não deveria haver dúvida que gerasse discussão sobre qualidade de música produzida em nosso país. Deveria, sim, dar margem para exaltação de coisas que realmente valem a pena e que não cheiram a lixo nem no mais sujo bar em que possam estar tocando, pois talvez não haja espaço (ainda) para bandas como essa, que merecem muito mais do que tem, mas o que não falta é capacidade.

Disco Alto - Sierra Nevada (2009)
Disco Alto - Sierra Nevada (2009)
01 - Entretanto
02 - Antigo Testamento
03 - Circo 66
04 - Micropolo
05 - Grand Prix
06 - Meus Amigos
07 - Lumen/Talbot
08 - Silêncio
09 - Quinta
10 - Toronto
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quarta-feira, 25 de março de 2009

Flairs - Sweat Symphony (2009)

Flairs

Há uma maneira muito comum de se conhecer uma banda (ao menos era muito comum, hoje os blogs dominam mais essa área) que é através de vídeo-clipes. Muita gente realmente passa a gostar de uma banda, por um simples vídeo-clipe, seja porque o clipe é bonitinho, fofo, bacana, super-produzido, inteligente ou original. Há casos clássicos de bandas que são conhecidas por um clipe: "a banda do clipe tal". Recentemente, o OK Go passou a ser reconhecido, pelo menos interessados logicamente, como "a banda do clipe das esteiras" e, teve até caso nacional, com o Gram, que passou a ser "a banda do clipe do gatinho". Em ambos os casos, as bandas são (eram) muito mais do que isso. Soava injusto e angustiante mas, ao mesmo tempo, já era uma forma de reconhecimento positivo. Complexo.

Pouco tempo atrás, surgia o Justice, duo francês (maravilhoso) de música eletrônica, com o genial clipe das camisetas para a música D.A.N.C.E., música mais legal de 2007, clipe este produzido por Jonas e François, dupla de diretores franceses. E, se não fosse todo o estardalhaço que o álbum Cross fez naquele ano, era bem provável que o Justice ficasse conhecido somente pelo clipe. Isso pelo lado positivo. O clipe é genial e todo mundo já viu, não tem muito mais o que falar. (Não viu!? Vá ao Youtube agora).

No ano passado, me deparei com outro clipe dirigido pela dupla. E era mais uma obra de arte. O que não me liguei muito, foi em procurar sobre a "banda".


Eis que o tempo passou, e eu me encontro mais uma vez o Flairs, trio eletropop francês criado, liderado e guiado pelo inglês Lionel Flairs. Desta vez, o que chamou minha atenção foi a capa do disco (um método mais curioso de se interessar por uma banda), onde Lionel aparece cansado, suado e machucado num plano negro. Não se sabe bem se está correndo, caminhando ou dançando. Mas a simplicidade é de riqueza tão grande que se torna uma das capas de discos mais interessantes que já vi. Isso, logicamente, me fez baixar o álbum e, o que me deixou realmente contente, foi perceber que toda a qualidade, vista no clipe ou na arte do álbum, reflete em suas músicas. Músicas pop, baseadas em música eletrônica, que realmente funcionam. Canções empolgantes, com toque de ironia e, todas, redondinhas.

Acima de tudo, o álbum é muito divertido. Isso faz ele estar no lugar que realmente deve estar. Agora, se Lionel Flairs é melhor do que Prince (como diz em uma de suas músicas), se o clipe chama mais atenção ou se até a capa é o que realmente vale, fica ao seu cargo. Pra mim, as músicas realmente valeram a pena e o álbum é uma peça interessantíssima, que eu espero que não passe em branco. Se o assunto é música, e se você realmente está interessado nisso, Flairs é bem mais do que "a banda do clipe tal", não tenha dúvida.

Flairs - Sweat Symphony (2009)
Flairs - Sweat Symphony (2009)
01 - Superlife
02 - Radio
03 - Whamma Gonna Do
04 - Better Than Prince
05 - French Cowboy
06 - Truckers Delight
07 - R.E Balls
08 - Neighbourwatch
09 - Square Boy
10 - Golden Years
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terça-feira, 24 de março de 2009

Doves - Kingdom Of Rust (2009)

Doves

Doves já nasceu maduro e, com uma inteligência absurda. Nunca falhou. Usa e abusa do épico, utiliza o eletrônico com extrema elegância e não erra. Talvez há quem diga que isso não deu tanta evidência a eles, mas isso é muito relativo. Pensando em música (e somente nisso), o Doves é uma das bandas mais competentes dos últimos dez anos.


Nunca engajado em hits (o máximo que conseguiu até hoje foram dois singles no Top 10 britânico), a banda de Manchester sempre esteve lado a lado com a boa criação. A melancolia é peso forte nas canções, e isso é muito agradável. Você não ouve esperando aquela canção que irá grudar nos seus ouvidos. Você ouve para apreciar cada momento, para inserí-la junto a algum sentimento seu, colocá-la em alguma situação de sua vida. Em seu quarto álbum, não é diferente. Grandes canções do começo ao fim. São canções que parecem ter a consciência de que são grandes, e abusam disso.

Para o trio, não foi preciso se moldar todo para crescer ainda mais num novo álbum. Desde sua criação, em 1998, após o fogo no estúdio que fez os caras abandonarem o projeto dance Sub Sub, a experiência acumulada é o que dá as cartas. Adulto sem ser piegas. Moderno sem se apegar diretamente às tendências.

Produzido por Dan austin (produtor do álbum de estreia do Cherry Ghost), por John Leckie (maravilhoso produtor do álbum The Stone Roses dos próprios, do The Bends do Radiohead, e dos dois primeiros do Muse) e tendo a participação de Tom Rowlands (Chemical Brothers), o álbum tinha de tudo pra dar certo. E realmente acertou em cheio. Se você procura boa música, e somente isso te importa, não hesite. O Doves faz por merecer sua atenção.

Doves - Kingdom Of Rust (2009)
Doves - Kingdom Of Rust (2009)
01 - Jetstream
02 - Kingdom Of Rust
03 - The Outsiders
04 - Winter Hill
05 - 10-03
06 - The Greatest Denier
07 - Birds Flew Backwards
08 - Spellbound
09 - Compulsion
10 - House Of Mirrors
11 - Lifelines
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segunda-feira, 23 de março de 2009

Radiohead - Just a Fest - São Paulo (2009)

Radiohead

Parece que, depois de ontem, não restou muito a se falar de música. Mas amanhã eu volto pra continuar tentando.
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sexta-feira, 20 de março de 2009

Built By Snow - Mega (2009)

Built By Snow

- Ei, cara. Desliga esse vídeo-game. Bora fazer uma coisa produtiva!
- Que foi!? Trouxe o War?
- Não. Trouxe uns vinis do Talking Heads e uns cds do Weezer. Tá ligado?
- Claro! Blue Album é o melhor disco da história do Rock!
- Você só pode estar brincando! O Pinkerton é que é o melhor!
- Melhor álbum da história?
- Pois é. Se é que tem aquele primeiro do Devo. Uma jóia.
- Hum. Sei não. Gosto mais daquela pegada power-pop. The Cars, sabe? Queria ter feito uma música como eles...
- E já fez alguma música, por um acaso?
- Não, mas se pudesse escolher...
- Pô! Vamo montar uma banda então!
- É! Num lance bem assim. Pra levar a galera a loucura! Ia ser demais. Iríamos conseguir ganhar garotas, ao menos.
- Assim você me deixa mal. Parece que somos dois nerds sem perspectiva sexual.
- Eu tô mentindo?
- Hunf. Eu vou ser o vocalista. Sou o líder.
- E vai tocar o quê? Você não toca nada!
- E você?
- Mas pelo menos eu tenho um Nintendo.
- Isso lá é argumento?
- Ao menos me influencia. Meu vídeo-game, Weezer, Talking Heads, The New Pornographers e Beatles, pra fazer um charme.
- Beatles?
- Todo mundo gosta de Beatles.
- Menos você, né!?
- Gosto até o Rubber Soul, depois é viagem demais.
- Como você é vazio.
- Priorizo diversão, meu caro. E assim será nossa banda.
- Dupla, né?
- Nada. Conheço dois caras que adorariam. E eles, ao menos, tocam alguma coisa.
- Bora chamar eles pra banda, então.
- Vamo. Eles moram aqui perto.
- Então, vamo dar um pula na casa deles, ué!
- Tá certo. Só coloca um agasalho que tá uma puta neve lá fora.
- Posso levar os vinis?
- Acho que o Nintendo vai ser de maior utilidade.


Poderia ter sido assim. Não foi, provavelmente, mas daria nisso.

Built By Snow - Mega (2009)
Built By Snow - Mega (2009)
01 - Giant Robot Attack
02 - Something In 3D
03 - All The Weird Kids Know
04 - Implode Alright
05 - A-Beta
06 - Algometric Touch
07 - Invaders
08 - Science Of Love
09 - Attachment
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quinta-feira, 19 de março de 2009

Boo and Boo Too - No Tempo (2008)

Boo and Boo Too

Como uma trilha sonora para dias desesperadores, surge "No Tempo", disco de estreia da banda americana Boo and Boo Too. A audição remete ao reflexo do seu rosto cansado em frente ao espelho, após de um longo do dia.

O álbum não parece ter muita coesão, são pauladas atrás de pauladas, guitarras sujas, vocal gritado e abafado, baixo com referências pós-punk, bateria com viradas rápidas. É a energia do The Walkmen com a amplitude do Broken Social Scene. Então, veja como isso pode ser impressionante.


A ausência de síntese abre espaço para belos momentos e, abre dentro da tua cabeça, uma vaga para assimilar onde começa e acaba cada som. Perturbador mas, ao mesmo tempo, confortante, ele se assemelha muito a uma rotina de grandes cidades. Se assemelha aos nossos dias mais comuns, mas sem a monotonia. O álbum parece dar motivo para o descompromisso e alimenta o caos, e você começa a pensar que tudo isso pode ser positivo e que aquele seu reflexo no espelho é de alívio. O dia acabou, e ainda lhe restou algo bom para aproveitar, no caso, Boo and Boo Too.

Boo and Boo Too - No Tempo (2008)
Boo and Boo Too - No Tempo (2008)
01 - I Know Nothing's All Right
02 - I'll Be Your Whore
03 - Obviously
04 - Bottom Of The Lake
05 - No Tempo
06 - Black Buggy
07 - Sometimes At Night
08 - KGB
09 - White Light, Dark Sheets
10 - Alleys In Whitechapel
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quarta-feira, 18 de março de 2009

Peter Bjorn and John - Living Thing (2009)

Peter Bjorn and John

"Living Thing" apresenta o pop em sua faceta mais estranha mas, ainda sim, mais normal, já que o assunto é Peter Bjorn and John. Banda que só assustou o público quando lançou um álbum comum e instrumental.


Após colocar um single no topo das paradas (seja das rádios, dos filmes, em seriados e até mesmo na novela das 8), o trio recebeu carta-branca do público para produzir o que quisesse, haveria o interesse de se ouvir. Lançaram assim, um disco instrumental, no ano passado. Ninguém entendeu. Mas a verdade é que o verdadeiro álbum de Peter Bjorn and Jonn, viria em 2009. E ele não decepcionou nem um pouco.

As canções são pop. Puramente pop. Não em sua fácil compreensão, realmente não são músicas simples. Mas são pop por seu potencial, são pop por não se encaixar somente em um estilo de música, são pop porque são de linguagem universal, porque tem uma força única (umas mais que outras, claro). E é claro que todo o público e crítica vai vasculhar o disco atrás de outra "Young Folks", talvez encontrem ("Nothing to Worry About" e "Lay it Down" são fortes candidatas), mas é mais provável que não encontrem nada como a famosa música do assobio. E daí terão que lembrar que nem sempre o PBandJ foi essa banda tão aclamada por um hit. Há bandas preferem ter um grande hit e ser sucesso pra sempre, há aquelas não se apegam a uma canção e vão atrás de mais. Esse sempre foi o PBandJ, uma banda com sede de composição e de produção, uma banda que sempre esteve por trás de grandes canções.

Seja no pop mais acessível, seja na mais estranha canção: o Peter Bjorn and John está, realmente desta vez, de volta. Os suecos ganham mais uma carta-branca, por não decepcionar, e 2009 ganha mais um grande álbum.

Peter Bjorn and John - Living Thing (2009)
Peter Bjorn and John - Living Thing (2009)
01 - The Feeling
02 - It Don't Move Me
03 - Just the Past
04 - Nothing to Worry About
05 - I'm Losing My Mind
06 - Living Thing
07 - I Want You!
08 - Lay it Down
09 - Stay This Way
10 - Blue Period Picasso
11 - 4 Out of 5
12 - Last Night
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Delta Spirit - Ode to Sunshine (2008)

Delta Spirit

Ninguém realmente compreende a passagem do tempo, as mudanças que ele causa e os modelos que se cria. O que é novo hoje, vai ser novo daqui a anos, e também foi ontem. São apenas as coisas mudando, como sempre. Ou ao menos eu vejo isso. Ninguém compreende por completo.

A velocidade com que as coisas se movem faz, às vezes, elas passarem desapercebidas por alguns olhos. Mas o que prende e as traz de volta, é o que as torna fato. E o curioso é que algo sempre será novidade para alguém. Sempre existe alguém que não viu, não ouviu ou não sentiu aquilo.


Delta Spirit se encaixa no curioso fato de coisas se perderem no tempo. Passaram tão rapidamente por 2008, que chegou em 2009 e eu os tinha perdido. Fato triste, já que lançaram um álbum que desafia o passar do tempo. Um álbum muito competente, que poderia ter sido lançado em qualquer época desde dos anos 60 até agora. Mas isso não o faz soar velho, há um frescor único nas canções e uma novidade nas composições, pode não ser o máximo da originalidade, mas a inteligência e competência suprem a necessidade. Não foi preciso ser a representação da atualidade para fazer um grande álbum, apenas se absorveu tudo que passara, aproveitaram o tempo e criaram algo brilhante.

Delta Spirit - Ode to Sunshine (2008)
Delta Spirit - Ode to Sunshine (2008)
01 - Tomorrow Foes Away
02 - Trashcan
03 - People C'mon
04 - House Built For Two
05 - Strange Vine
06 - Streetwalker
07 - People Turn Around
08 - Parade
09 - Bleeding Bells
10 - Children
11 - Ode To Sunshine
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terça-feira, 17 de março de 2009

The Horrors - Sea Within A Sea (2009)

The Horrors

Classuda a nova do The Horrors. Ouve aí:


Tem gente dizendo que eles perderam toda pegada "filme de terror" que herdaram do Cramps. Eu vejo de outra forma. Parece que o filme deixou de ser trash e se transformou num terror de classe. Música épica e intrigante. Os moleques cresceram e não parece que vão querer ficar parados.

Pra baixar, vá no site dos caras, clique no "The Horrors" (canto inferior direito) e cadastre seu e-mail. Moleza.
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segunda-feira, 16 de março de 2009

Other Lives - Other Lives (2009)

Other Lives

Quanta tristeza cabe em uma vida?

A tristeza é muito fascinante. Há uma verdade única na tristeza, há uma entrega completa de sentimentos. Para música, esse sempre foi o principal tema para criação. Independente do estilo, independente da cultura, o modo como a tristeza se manifesta, a maneira como atinge o homem, é universal. Por isso, é tão simples falar sobre. Por isso, é tão simples entender.

Mas compor sobre a tristeza, de maneira original, tem-se tornado um desafio. Em dias que, a tristeza é popularmente julgada apenas como "emo", são poucos artistas que ganham respeito tratando apenas deste tema. O ano passado, por exemplo, foi o ano do Bon Iver. Sempre no topo das listas dos melhores do ano, o cara falou sobre tristeza como ninguém. Melancolia da mais pesada. Abordou o tema de maneira linda e original.

O Other Lives, banda de Oklahoma, faz um ótimo trabalho em seu disco de estreia. Canções realmente carregadas de emoção, com arranjos elaborados com simplicidade e beleza, com melodias de partir o coração. Não é preciso gritar para exaltar a tristeza. Um quase sussurro mostra uma força que só a fraqueza extrema é capaz de apresentar.


O cenário é estranho mas, aos poucos, você se aproxima mais e mais dele. De repente, faz parte de tudo. Você está imerso no universo das canções. Você se fascina pela beleza da tristeza exposta e deseja ter outras vidas, para caber mais sentimento dentro de si.

Other Lives - Other Lives (2009)
Other Lives - Other Lives (2009)
01 - Speed Tape
02 - Don't Let Them
03 - Black Tables
04 - End Of The Year
05 - E Minor
06 - Paper Cities
07 - Matador
08 - It Was The Night
09 - How Could This Be
10 - AM Theme
11 - Epic
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