sexta-feira, 28 de agosto de 2009

The Twilight Sad - Forget The Night Ahead (2009)

The Twilight Sad

Toda série de defeitos que você guardou e erros que cometeu, daqueles que mal se lembrava, parecem despertar. A cada faixa, o peso parece aumentar, e fica mais difícil carregar todo peso sonoro e a culpa que você sente. Não é um álbum divertido, e talvez nem os temas combinem com o seu dia-a-dia. Mas, durante quase 50 minutos, o Twilight Sad consegue prender sua atenção, assim como fez em seu álbum de estreia e, ainda mais, consegue mexer com teus sentimentos.

A tristeza e a culpa te fazem procurar pelo o seu lado mais positivo, te faz visitar aquele cantinho dentro de você onde estão guarda todas suas coisas boas, para que assim consiga equilibrar a balança de si mesmo. E essa experiência é muito valiosa.


A confusão de sentimentos não é só o que o álbum te proporciona. Belas canções, protegidas por uma parede guitarras ruidosas, melodias melancólicas, um vocal cheio de personalidade (e um sotaque de matar) e, por vezes, aquele piano que parece ter pouquíssimas teclas, isso pela repetição proposta, compõem competentemente "Forget The Night Ahead", o segundo álbum dos escoceses, com data de lançamento marcada para o dia 21 de setembro.

Com arestas um pouco mais desfocadas, este segundo trabalho dá uma boa continuidade para o grande álbum de estreia "Fourteen Autumns & Fifteen Winters" de 2007. As sonoridades, ainda que bem similares, ganham um pouco mais de sujeira, mas uma sujeira toda bem planejada, onde os ruídos contribuem para construção de momentos mais tensos e agressivos.

Prepare sua caixa de fotos (ou aquela pasta do computador que há tempos não visita), abra os e-mails antigos, tire o pó das velhas cartas e prepare-se: esse álbum vai mexer contigo, e você vai precisar de boas razões pra saber que a vida não é ruim. Aliás, esse álbum pode ser uma delas (por mais contraditório e confuso que isso possa parecer).

The Twilight Sad - Forget The Night Ahead (2009)
The Twilight Sad - Forget The Night Ahead (2009)
01 - Reflection of the Television
02 - I Became a Prostitute
03 - Seven Years of Letters
04 - Made to Disappear
05 - Scissors
06 - That Room
07 - That Birthday Present
08 - Floorboards Under the Bed
09 - Interrupted
10 - The Neighbours Can't Breathe
11 - At the Burnside
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Young Galaxy - Invisible Republic (2009)

Young Galaxy

Ainda é no DreamPop que o Young Galaxy melhor se adapta, onde se desenvolve melhor e onde agrada. "Invisible Republic" é cheio destes ótimos momentos, que trazem a lembrança da também ótima estreia da banda mas, momentos que beiram o constrangimento, quase botam tudo a perder.

Um single mal escolhido, uma primeira faixa (e uma sexta também, vai) com um certo exagero em influências oitentistas, quase me impediu de continuar a audição do álbum e, assim, de conhecer belas canções de melodias e atmosfera adoráveis.

Foi a confiança nos canadenses que me fez fincar o pé na tal república invisível e que, ao fim, me tornou um grande "nacionalista", ainda que haja inseguranças quanto a algumas decisões desse governo atual.


Não se espante com a faixa que abre o álbum. Possivelmente, você pode gostar mas, se isso não acontecer, espere pelas próximas. São momentos como "Oh Sister", "Destroyer", "Pathos" e, principalmente, "Dreams, pra mim a canção mais bonita já feita por eles, que faz todo álbum valer a pena e, por isso, não poderia deixar esse lançamento passar em branco.

Ainda que tenha sido "Long Live The Fallen World", a "temida" primeira faixa, escolhida pra ser o single que lançaria o álbum, não me desanimou. O álbum de estreia da banda era muito interessante para o novo ser descartado por uma única música. Realmente, não foi a única que me fez estranhar o álbum como um todo, "Disposable Times" e "Smoke And Mirror Show" ainda não me desceram bem também. Agora, ouça "Light Years" e "Firestruck", onde Catherine McCandless, com um timbre doce, atinge o auge do seu potencial vocal, para entender porque três canções não foram o suficiente para derrubar outras sete.

Em "Invisible Republic", como numa república mesmo, há certos peixes podres que não fizeram por merecer os cargos que representam. E, certamente, terá uma certa parcela do povo que rejeitará os governantes e essas novas escolhas. Pra mim, o único erro foi transformar em república aquilo que era monarquia, onde reis estavam no topo. Mas, ainda assim, essa nova forma governo, nos trouxe ótimos momentos também.

Young Galaxy - Invisible Republic (2009)
Young Galaxy - Invisible Republic (2009)
01 - Long Live The Fallen World
02 - Oh Sister
03 - Destroyer
04 - Pathos
05 - Light Years
06 - Disposable Times
07 - Dreams
08 - Queen Drum
09 - Smoke And Mirror Show
10 - Firestruck
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quinta-feira, 27 de agosto de 2009

The Big Pink - A Brief History Of Love (2009)

The Big Pink

"A Brief History Of Love", álbum de estreia do The Big Pink, me traz palavras à cabeça que eu não queria dizer tão cedo, e palavras que nem você queria (ou esperava) escutar, provavelmente. Mas é inevitável, é como deixar algo preso na garganta. Então, como um suspiro, eu digo:

Senhoras e senhores, eis o melhor álbum do ano de 2009.


Você pode ignorar o fato de que eu já esteja anunciando o melhor álbum do ano, ainda faltando bons meses para ele acabar. Ou você pode até concordar. E até se irritar. Mas entenda que essa afirmação é só uma das palavras que soam e vagam pelo meu cérebro ao ouvir este que já era um dos álbuns mais esperados do ano.

A satisfação que cada canção gera, durante os 48 minutos do álbum, é surpreendente. Nem conhecendo os singles até então lançados, era de se esperar tanta qualidade, tanto em composição como em produção, para um álbum completo com 11 faixas. Digo isso por que o nível de qualidade não cai em faixa alguma. O clima shoegaze/britpop em diversas camadas, que mesclam as mais belas melodias aos ruídos mais adoráveis, com sintetizadores e guitarras que envolvem, sustenta canções incríveis como "At War With The Sun", "Velvet", "A Brief History Of Love" e chegam até a fazer um hit muito grudento e pronto para as rádios, "Dominos".

A influência de My Bloody Valentine, Verve e Spaceman 3 é clara. Não são garotos fazendo música, são Robbie Furze e Milo Cordell, dois produtores e multi-instrumentistas, derramando aos litros todas influências que adquiriram durante anos, e criando momentos tão bonitos que doem. Palavras, acordes e batidas que pareciam engasgadas durante anos, são soltas e se perdem facilmente por sua cabeça como canções. Canções que soam como um suspiro gritado de alívio. Soam como suas músicas favoritas. Soam como último suspiro do Britpop.

SThe Big Pink - A Brief History Of Love (2009)
The Big Pink - A Brief History Of Love (2009)
01 - Crystal Visions
02 - Too Young To Love
03 - Dominos
04 - Love In Vain
05 - At War With The Sun
06 - Velvet
07 - Golden Pendulum
08 - Frisk
09 - A Brief History Of Love
10 - Tonight
11 - Count Backwards From Ten
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quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Sondre Lerche - Heartbeat Radio (2009)

Sondre Lerche

Sondre Lerche tem uma cartola mágica em seu armário. Daquela que se tira o que quiser lá de dentro, pode ser um coelho ou flores ou mesmo uma pomba. Ele prefere tirar o pop lá de dentro e, por vezes, também parece que é lá que guarda uma certa fórmula. Esta fórmula é a que te faz ouvir uma de suas canções, logo reconhecer sua voz e, tão logo, adorá-la. Foi assim enquanto ele fazia um simples indie-pop, também quando se arriscou a fazer jazz e, não muito diferente foi, quando quis fazer rock. Agora, que ele resolveu somar tudo isso (ou quase tudo disso) para montar um álbum completo, fez um espetáculo chamado "Heartbeat Radio".

Então, acomode-se. Faça silêncio e desligue o celular, que o show vai começar.


O que o novo álbum do norueguês de 26 anos tem que o faz melhor que os outros? Nada. Mas, o que faz dele saborosamente diferente, é a experiência. Há quem prefira a sinceridade mais modesta de "Faces Down" e "Two Way Monologue", há quem deva preferir a maturidade de "Dupper Sessions" ou a faceta mais descolada de "Phantom Punch". Quem o conheceu como o artista mais simplista, autor da trilha sonora de "Dan in Real Life" (filme muito bacana, por sinal) também deve ter sua preferência. Mas, a preferência de Sondre é a evolução. E, a experiência de quase dez anos de trabalhos lançados, é a carga que ele usa para continuar crescendo.

Se há o pop-perfeito, ele está aqui. Os arranjos milimetricamente planejados para que tudo pareça tão natural, as teclas de pianos que escorrem pelos ouvidos, os violões que trazem sorrisos, a voz que envolve e não desafina... Tudo está aqui. Esse é o momento em que o artista consegue melhor amarrar suas melodias, momento em que a harmonia e a voz se tornam unidade. Não há nada ousado demais, a única ousadia aqui é a de se fazer um pop tão natural que, naturalmente e infelizmente, não há espaço nas rádios para ele.

- Shhhhh!

Ok, desculpe. Estou falando demais e atrapalhando o seu show? Vou ficar caladinho, porque o mágico ainda nem desceu do palco.

Sondre Lerche - Heartbeat Radio (2009)
Sondre Lerche - Heartbeat Radio (2009)
01 - Good Luck
02 - Heartbeat Radio
03 - I Cannot Let You Go
04 - Like Lazenby
05 - If Only
06 - Pioneer
07 - Easy To Persuade
08 - Words & Music
09 - I Guess It's Gonna Rain Today
10 - Almighty Moon
11 - Don't Look Now
12 - Goodnight
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Jet - Shaka Rock (2009)

Jet

Durante um bom tempo, existia a carência por uma banda que engatava boas melodias com uma pegada rock'n'roll, mas que também flertasse com o rock mais novo. Foi então que o público (o mais diversificado possível) e a crítica escolheram o Jet para preencher esta vaga. Ninguém segurou, foram mais de 3 milhões de cópias vendidas, turnês gigantescas junto com Oasis e Kasabian, inserção de músicas nos mais variados filmes, seriados e programas de TV (até no Brasil). Então, chegou o momento do segundo álbum e, logicamente, expectativa grande, decepção proporcional. Não para todos. Quem esperava uma continuidade ao trabalho apresentado na estreia, deu de cara com o muro. Mais pop e com melodias mais apuradas, "Shine On" não chegou perto de conseguir o sucesso que "Get Born" conquistou. Mas quem queria uma evolução, ou ao menos uma diferenciação, se interessou. Não era um mau álbum, como a crítica insistia em anunciar, e não era uma obra de arte também. Mas, assim como o primeiro trabalho, tinha uma porção de boas canções para cantarolar, dançar e se apaixonar.

Agora, com uma responsabilidade do tamanho do mundo, o Jet volta para apresentar seu terceiro álbum. Há quem vá ver evolução, há quem vá enxergar um regresso ao primeiro álbum, há quem vá achar que eles se perderam de vez. Eu continuo achando que eles querem nos divertir, e que conseguem.


O "Shaka Rock" do Jet é bem rock, é bem dançante e lembra Rolling Stones, Ac/DC, Beatles e Led Zeppelin. Até aí, certamente, nenhuma novidade. E não há muita mesmo. O Jet continua fazendo as canções mais pops com as pegadas mais rock da atualidade. Músicas que ainda funcionariam muito bem para trilhas sonoras e temas na televisão ou cinema ou mesmo na tua vida.

Isso não quer dizer que seja uma repetição sem fim, não é nada disso. As canções têm sempre detalhes que as enriquecem, seja andamentos diferenciados, vocais alternados, bons riffs de guitarra ou algumas pinceladas no piano. Há também a novidade de não existirem tantas baladas no álbum, apenas a última faixa e as duas bônus track que acompanham o álbum fazem lembrar os ótimos momentos que o Jet já teve com músicas mais doces. E, algumas influências powerpop, te faz colocar em dúvida se trata-se realmente de uma música dos australianos.

Sim, são eles outra vez. Querendo fazer você dançar na cadeira ou no tapete da sua sala. Querendo te fazer vibrar com mais um hit na cena favorita daquele filme que você adora. E fazendo você lembrar que nem só de grandes e completos álbuns uma banda é feita. Que o que importa mesmo são as músicas que mexem com você de alguma forma, seja no seu quadril ou no seu coração.

Jet - Shaka Rock (2009)
Jet - Shaka Rock (2009)
01 - K.I.A. (Killed In Action)
02 - Beat On Repeat
03 - She's A Genius
04 - Black Hearts (On Fire)
05 - Seventeen
06 - La Di Da
07 - Goodbye Hollywood
08 - Walk
09 - Times Like This
10 - Let Me Out
11 - Start The Show
12 - She Holds A Grudge
13 - Don't Break Me Down (Bonus Track)
14 - Everything Will Be Alright (Bonus Track)
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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

BLK JKS - After Robots (2009)

BLK JKS

Confesso que eu esperava mais alarde em torno do BLK JKS, mais pela crítica mesmo. Os sul-africanos, que já apresentei aqui antes com seu EP "Mistery", tem tudo aquilo que os críticos pedem: originalidade, frescor e potencial. Isso, nem sempre, é o que o público final procura mas, é perceptível, que a banda atingiu um certo nível de popularidade (por exemplo, estavam em turnê pelos EUA há pouco).

Não sendo a banda mais popular do mundo, mas sendo uma das mais interessantes do momento, o BLK JKS lança seu primeiro álbum. Com apenas 9 músicas, mas com 46 minutos de duração, "After Robots" é um conjunto de sonoridades e influências somado a um experimentalismo muito bem medido. Mais do que isso, é um trabalho primoroso de uma banda em seu auge.


Auge parece ser muito, pensando que se trata de uma banda em seu álbum de estreia, e realmente não dá muito para medir isto. A verdade é que o formato das músicas como novidade dá um sabor especial. Não é um tipo de experimentalismo convencional, nem um estilo já definido, com suas métricas e limitações. A amplitude sonora, somada ao calor da novidade, faz o som do BLK JKS ainda mais especial.

Se você não é um grande fã da música experimental, não se espante (nem com os nomes incomuns das faixas). Há momentos mais básicos no álbum. Grandes canções com influências reggae, dub, rock psicodélico, jazz e a mais pura música africana, muito presente na percussão da banda. A produção do álbum, assinada por Brandon Curtis (líder do The Secret Machines), é um brilho a parte: camadas e texturas tão bem definidas que enriquece a urgência "Banna Ba Modimo", acentua a doçura de "Standby" e faz crescer ainda mais a força de "Lakeside", de maneira tão natural e simplificada, que nem parece se tratar de uma das sequências de canções mais matadoras do ano.

"After Robots" é uma experiência única. Ouvi-lo é se inserir numa cultura diferenciada e imergir em águas pouco visitadas pela música. O BLK JKS, por enquanto, anda fazendo mais barulho sonoramente falando, do que pela boca (ou canetas, ou teclados, ou...) dos críticos. Mas ainda acredito, que falta pouco para se tornar a coqueluche dos descolados, apesar de que isso fará pouca diferença. A música se tornou tão mais interessante depois deste álbum, que falar se tornou primitivo demais.

BLK JKS - After Robots (2009)
BLK JKS - After Robots (2009)
01 - Molalatladi
02 - Banna Ba Modimo
03 - Standby
04 - Lakeside
05 - Taxidermy
06 - Kwa Nqingetje
07 - Skeleton
08 - Cursor
09 - Tselane
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Throw Me The Statue - Creaturesque (2009)

Throw Me The Statue

Dizer que certa banda faz "indie-pop", certas vezes, significa que ela não é nem indie (no sentido original da palavra, sendo pelo menos de um selo independente) e nem pop (palavra esta que é tão abrangente quando incompreensiva). Mesmo assim, eu sou uma das pessoas que adora este rótulo, até porque fica complicado classificar certas bandas e sonoridades.

O que faz o The Shins? Indie-pop. O que faz o Belle and Sebastian? Indie-pop.

O que faz o Throw Me The Statue? Indie-pop. E dos bons.


Tão abrangente quanto adorável, o indie-pop se assemelha muito ao Throw Me The Statue, quarteto de Seattle que acaba de lançar seu segundo álbum, o "Creaturesque". Se de início, a banda era apenas o projeto que Scott Reitherman tinha criado para lançar suas músicas, que gerou "Moonbeams", o primeiro álbum de 2007, foi se firmando realmente como um conjunto que os americanos conseguiram o triunfo do novo álbum.

Há quem diga que o charme da produção mais precária da estreia se perdeu em "Creaturesque", mas foi deixando o ligeiro "amadorismo" de lado que foi possível enxergar melhor ainda o valor do Throw Me The Statue. Doces melodias entram por seus ouvidos e alegram o seu cérebro, as sonoridades de fácil e saborosa compreensão são ótimas, e boa produção exalta tudo isso na maneira exata. Dizer que o álbum funciona muito bem pra que já completou sua segunda década e mais alguns aninhos não é muito original, mas é muito real (funcionou muito bem para os meus 23 anos). Isso porque é a realidade dos integrantes, é sobre isso que falam e sob essa necessidade que compõem.

É nessa falta de limitação que o Throw Me The Statue te conquista. É de não ter obrigações ao que seguir, de ter vontades próprias para criar e de ter independência para fazer aquilo que mais quer e tornar tão interessante cada detalhe. E é aí que você os classifica como indie-pop, para que fique mais fácil de explicar aquilo que para você é inexplicável, já que se trata de sensações e sentimentos, o tipo de coisa que só recebe nome para que você possa contar aos outros que conhece... E você vai querer contar a todos sobre o Throw Me The Statue, vai por mim.

Throw Me The Statue - Creaturesque (2009)
Throw Me The Statue - Creaturesque (2009)
01 - Waving At The Shore
02 - Pistols
03 - Tag
04 - Ancestors
05 - Noises
06 - Snowshoes
07 - Dizzy From The Fall
08 - Cannibal Rays
09 - Hi-Fi Goon
10 - Baby, You're Bored
11 - Shade For A Shadow
12 - The Outer Folds
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quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Brendan Benson - My Old, Familiar Friend (2009)

Brendan Benson

Há quem prefira falar que Brendan Benson é aquele cara do Raconteurs, que é aquele amigo do Jack White. Há o lado que diz o inverso, que Raconteurs é um projeto de Benson, e que Jack White que é amigo dele. Isso porque há quem o conheceu como parte do projeto super-banda que ele montou com o líder do White Stripes, e há quem já o conhecia (e o admirava) desde "One Mississippi", de 1996, ou desde seus trabalhos mais recentes, "Lapalco" (2002) e "The Alternative to Love" (2005).

Brendan Benson não parece preocupado em estar de um lado ou de outro. Parece apenas estar preocupado em fazer música, e as melhores possíveis.

A real força de Benson está nas canções de apelo pop, essas que ele produz aos montes. A influência de Elvis Costello, The Cars e McCartney são claras e utilizadas de maneira bem original, não importa se são as canções mais doces ou as mais ácidas: fazer música pop é sua principal arma. No Power-pop guitarrado ou no pop perfeito feito por piano, Benson te prende por 11 lindas e alegres canções, te (re)conquista e te fascina.

"My Old, Familiar Friend", que será lançado oficialmente em seis dias, já estava disponível para audição e agora "cai" de vez nos blogs e sites especializados. A espera era grande, já que é sempre uma satisfação ouvir um álbum deste americano. Sempre concisos e interessantes, os álbuns de Benson são sempre facilmente digeridos, em seu 4º trabalho, não é diferente.

Se você também esperava está aí, a espera acabou. Você já pode ouvir as mais novas canções do cara do Raconteurs, amigo do Jack White, ou seja lá como você se preocupa em chamá-lo. Eu, por aqui, me preocupo em ouvi-lo.

Brendan Benson - My Old, Familiar Friend (2009)
Brendan Benson - My Old, Familiar Friend (2009)
01 - A Whole Lot Better
02 - Eyes On The Horizon
03 - Garbage Day
04 - Gonowhere
05 - Feel Like Taking You Home
06 - You Make A Fool Out Of Me
07 - Posied And Ready
08 - Don't Wanna Talk
09 - Misery
10 - Lesson Learned
11 - Borrow
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ludov - Caligrafia (2009)

Ludov

Mauro Motoki desenvolveu uma certa habilidade invejável. Ele parece conseguir fazer a música que quer, da forma que quer. Parece conseguir idealizar algo, e tornar isso real. E isso é algo admirável. Ele passeia no pop como quem passeia num set de cinema e isso vai além das referências presentes nas canções. Atinge diretamente os temas delas, que variam e criam diversas sensações e te coloca em diferentes atmosferas.

Imagine você ter uma ideia de um filme, de um livro ou de uma música, e conseguir transformá-la em algo real, "palpável", da exata maneira como imaginou.

Ok, não imagine. Ouça.


Motoki é o principal compositor do Ludov, uma das mais competentes bandas do cenário nacional. Lançando seu terceiro álbum, eles provam, ainda mais, que o limite para criação de canções, no âmbito pop, não existe. Visitam e aproveitam de várias referências para criar músicas em diferentes estilos, e conseguem, com classe, transformar todas essas canções bem aceitáveis, bem saborosas e de fácil degustação. E esse é o verdadeiro desafio.

O Ludov utiliza daquilo que as canções pedem e, na maior parte do tempo, elas parecem implorar por guitarras enérgicas mas, nem sempre, só isso basta. Sabendo disso, a banda cria arranjos sempre interessantes e utilizam de diferentes elementos que funcionam como pano de fundo para as canções, como se elas fossem cenas de cinema (ou de um livro). Chegando até o ponto em que deixaria Chico Buarque muito orgulhoso: "Não Me Poupe", a música brasileira mais tocante e triste que ouvi esse ano.

"Caligrafia" não retrata exatamente uma banda "escrevendo" tudo certinho, dentro das regras e seguindo o que a cartilha pede. O caderno aqui, tem mais rabiscos e traços de uma banda que faz tudo a sua maneira, faz os seus desenhos, faz suas letras e faz com que, tudo isso, faça o maior sentido para você.

Ludov - Caligrafia (2009)
Ludov - Caligrafia (2009)
01 - Luta Livre
02 - Vinte Por Cento
03 - Sob a Neblina da Manhã
04 - Madeira Naval
05 - Mecanismo
06 - Paris, Texas
07 - Reprise
08 - O Seu Show É Só Pra Mim
09 - Terrorismo Suicida
10 - Não Me Poupe
11 - Magnética
12 - Notre Voyage
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Se preferir, faça o download do disco onde a própria banda disponibilizou: http://www.mondo77.fm/index.php?dir=ludov.
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

David Bazan - Curse Your Branches (2009)

David Bazan

Uma das minhas vozes favoritas na música é a de David Bazan. A mescla de conforto com desespero, sobriedade com desconcerto, é ótima. Ele sempre parece falar diretamente com você, mesmo quando está apenas falando com Deus (o Deus do agnósticos filho de pastor). Relatando, falando sobre política, contando histórias ou lamentos, ele liderou seu projeto Pedro The Lion, uma de minhas bandas favoritas, de 1995 a 2005. Também, quando quis brincar com sintetizadores, criou a banda Headphones, ao lado de Nick Peterson, um dos membros fundadores do Fleet Foxes.

Mesmo sendo de Seattle, e ter iniciado seu trabalho como músico nos anos 90, o grunge não chegou nem perto de ser uma das influências de David. Sempre preocupado em fazer belas e tocantes melodias, em conjunto com letras que realmente tocavam o ouvinte, ele conseguiu se aproximar muito mais do sentimento das pessoas com sua simplicidade e introspecção, do que se fosse um adepto da barulheira guitarrada e urgente proposta pelo tal movimento garageiro da cidade.

Ainda que não seja mais anos 90, a música de David Bazan resistiu ao tempo com todas sensações que foram propostas desde o início e, a cada audição, ganhando novos sentidos. E essa é a razão de existir uma bela canção. David sabendo disso, nos traz mais delas, sem precisar de um projeto ou banda. Apenas de cara limpa e coração aberto.


Com lançamento marcado para 1º de setembro, "Curse Your Branches" é o primeiro álbum de David Bazan sem estar sob o nome de um projeto. Apesar disso, a essência de Pedro The Lion ainda se faz bem presente e, o álbum funciona quase como uma continuidade aos trabalhos estacionados em 2004. E quem já era fã de David pensa: ainda bem.

Não há muito o que mudar, não há a necessidade de se diferenciar de si mesmo. As canções sempre têm suas características próprias e toda carga de sentimento que carregam. Há uma certa individualidade em cada faixa, as letras sempre em primeira pessoa falam bem aos seus ouvidos. Então por que ser diferente?

Pedro The Lion ou Headphones sempre foram a mesma pessoa, desta vez não é diferente. Agora que o álbum vazou, você pode agradecer a quem quiser, ao seu Deus, ao seu não-deus, ou mesmo ao deus das belas canções: David Bazan.

David Bazan - Curse Your Branches (2009)
David Bazan - Curse Your Branches (2009)
01 - Hard To Be
02 - Bless This Mess
03 - Please, Baby, Please
04 - Curse Your Branches
05 - Harmless Sparks
06 - When We Fell
07 - Lost My Shape
08 - Bearing Witness
09 - Heavy Breath
10 - In Stitches
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quarta-feira, 5 de agosto de 2009

The Twang - Jewellery Quarter (2009)

The Twang

Falar mal do novo álbum do The Twang vem se tornando o passatempo favorito dos críticos. Só a BBC elogiou o novo trabalho dos rapazes. A Gigwise disse que o álbum é a explicação do porquê da banda nunca ter chegado ao primeiro lugar das paradas (e porque nem chegará). E, a verdade, é que há uma cobrança grande demais.

O que era o Twang em seu primeiro álbum? Apenas uma banda divertida e sentimental, com algumas canções charmosas, outras mais pegadas, mas sempre sincera.

O que é o Twang agora? Uma banda divertida e sentimental, com algumas canções charmosas, e sincera. O que mudou foi que a linha mais urbana que eles seguiam, foi substituída por uma pegada mais ritmada e ensolarada.

O que não muda nunca, são os críticos. Apontar o dedo na cara de bandas e artistas não é mais uma opção, é quase obrigação. Ser crítico e falar mal é o que todo meio parece querer.

O Twang, ao menos, mudou. Mesmo que pouco.


Desde que o Kaiser Chiefs anunciou o Twang como a salvação do novo rock, realmente se criou uma expectativa grande demais sobre eles. E, eles não conseguiram superá-la. Mas isso se tornou dispensável, já que o primeiro álbum, "Love It When I Feel Like This" de 2007, era tão bacana que o público preferiu dançar e cantar. Mesmo assim, os críticos ainda preferiram ficar fazendo comentários maldosos aos cantos.

Independente disso tudo, o quinteto inglês voltou com seu segundo álbum, "Jewellery Quarter", e mostra uma cara mais alegre e nova. Isso porque chega até a flertar com ritmos latinos. Mas, a influência maior, ainda é a noventista britânica, como Happy Mondays e Blur.

Logicamente, o álbum não é o melhor do ano, nem estaria no Top10, mas isso não impede de ele ser divertido e carismático. O timbre de Phil Etheridge e seu sotaque continua adorável. Todo sentimentalismo também continua na ativa. Das guitarras espertas, até os climas que lembram Smiths. O álbum é simplesmente isso.

Enquanto os críticos continuarem sempre procurando pelo melhor álbum do ano, perderão peças como essas. Que não chegam a ser raras mas, que de tão inofensivas, se tornam adoráveis e podem se tornar o seu disco favorito por alguns dias. E é isso que importa.

The Twang - Jewellery Quarter (2009)
The Twang - Jewellery Quarter (2009)
01 - Took The Fun
02 - Barney Rubble
03 - Twit Twoo
04 - Put It On The Dancefloor
05 - May I Suggest
06 - Encouraging Sign
07 - Got No Interest
08 - Back Where We Started
09 - Answer My Call
10 - Live The Life
11 - Williamsburg
12 - Another Bus
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