quinta-feira, 30 de julho de 2009

Arctic Monkeys - Humbug (2009)

Arctic Monkeys

Cabelos compridos, canções sombrias, ponta do pé na psicodelia, Black Sabbath, Hendrix, Cream e Queens of The Stone Age, gravação do álbum nos Estados Unidos, falta de preocupação com a pista de dança, pouco interesse em manter o hype... Realmente o Arctic Monkeys está diferente. Cresceram, amadureceram ou algum outro clichê que caiba aqui.

O que interessa, no fim, é a música, a obra. Alex Turner e sua turma acertaram mais uma vez, obviamente. Mas não vai faltar gente querendo dizer que está tudo errado. Certamente, você vai querer saber a opinião de alguém sobre o álbum, de uma grande revista, ou blog, ou até a minha. Sempre vai haver uma opinião de olhos tortos, uma crítica negativa. A minha opinião é: ouça, não leia.


Já ouviu? Ok. O que encontrou foi grandes canções cheias de climões tensos, guitarras menos violentas e mais inteligentes, influências do stoner e acid rock, um grande letrista mais uma vez se colocando a frente da canção, um baterista cheio de energia e competência... Ah, não. Isso foi o que eu encontrei.

Não havia como os garotos de Shedfield repetirem a fórmula. Não dava mais. Se do primeiro para o segundo álbum, a fórmula era a mesma, com um pequeno acréscimo de "peso", em "Humbug" o Arctic Monkeys fez aquilo que mais lhe parecia honesto. A fase que eles vêm passando, um pós-hype violento, somado a novas experiências sonoras e a produção de Josh Homme, líder do Queens of The Stone Age, criaram caráter do novo álbum. E, além do que disse acima, ainda é possível encontrar resquícios do "antigo" Monkeys: as letras poéticas de Turner persistem, o groove ainda está nas canções, algumas delas remetem às lindas baladas que estavam no "Favourite Worst Nightmare", como "Only Ones Who Know" e "505", os timbres ainda continuam bem próprios e ´faixas como "Potion Approaching" e "Pretty Visitors" trazem lembranças de toda aquela urgência que era tão comum.

E o Arctic Monkeys não é mais nada comum. Felizmente ou infelizmente, para alguns. Deixo isto ao teu cargo. Quanto a mim, continuarei ouvindo aqui, pois a única dúvida que este disco me trouxe é a de que já não sei qual é o melhor álbum deles e qual é o melhor Arctic Monkeys.

Arctic Monkeys - Humbug (2009)
Arctic Monkeys - Humbug (2009)
01 - My Propeller
02 - Crying Lightning
03 - Dangerous Animals
04 - Secret Door
05 - Potion Approaching
06 - Fire And The Thud
07 - Cornerstone
08 - Dance Little Liar
09 - Pretty Visitors
10 - The Jeweller's Hands
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segunda-feira, 27 de julho de 2009

fun. - Aim and Ignite (2009)

fun.

Chegou um momento que ficou um tanto confuso. Já não sei mais diferenciar Nate Ruess, líder do fun. e ex-vocalista do The Format, do pop. Este é o momento em que os dois se misturaram, e se tornaram uma coisa só. Quando não se consegue mais desprender o artista de sua arte.

E é apenas o momento da "diversão". Veja só.


Se restaram muitos órfãos da melhor banda indie-pop dos últimos anos, falo do The Format, o fun. veio para abraçar todos eles. Claramente, apesar da maior influência na banda ser o próprio The Format, ainda sobrou espaço para uma leve pegada do Steel Train, cujo líder Jack Antonoff é outro integrante deste supergrupo, e para Andrew Dost inserir um pouco da sua melodiosa experiência, captada junto a sua ex-banda Anathallo. Porém, "Aim and Ignite" fica como uma continuidade para o trabalho de Nate, que não poderia ficar fora da música pop por muito tempo. Tanto que o produtor deste álbum, Steven McDonald, é o mesmo do último trabalho do nova-iorquino, o "Dog Problems" pelo The Format.

Ou seja, o que se pode esperar de uma continuidade para um dos melhores álbuns dos últimos anos?

"Aim and Ignite", que será lançado oficialmente em 25 de agosto, é uma obra definitiva sobre o pop. Melodias que pegam, que fazem sorrir e dançar, em arranjos incríveis com deliciosos pianos e guitarras precisas, letras despojadas sobre alegrias e casualidades, cantadas pela voz de beleza sem fim de Nate, que parece ter uma potência vocal de limite que ainda não se viu. É o pop perfeito, com certas influências de Brian Wilson, e de tanta facilidade, que é improvável que não se encante logo na primeira audição.

Nate Ruess, a frente do fun., se firma como um dos principais compositores e intérpretes do pop, se tornando indispensável para o estilo. Desta vez, ele só precisou se divertir e te divertir para fazer o melhor álbum pop do ano. E não é a primeira vez que faz isso. Nem será a última, assim espero.

fun. - Aim and Ignite (2009)
fun. - Aim and Ignite (2009)
01 - Be Calm
02 - Benson Hedges
03 - All the Pretty Girls
04 - I Wanna Be The One
05 - At Least I'm Not As Sad (As I Used To Be)
06 - Light A Roman Candle With Me
07 - Walking the Dog
08 - Barlights
09 - The Gambler
10 - Take Your Time (Coming Home)
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quinta-feira, 23 de julho de 2009

Wado - Atlântico Negro (2009)

Wado

"Atlântico Negro" prova: Wado é o artista fora do mainstream mais próximo do pop. Não só pop no formato canção, mas pop no sentido original de popular: do povo.

Do afoxé, ao quase axé, ao samba, ao funk. Wado passeia, com conhecimento de causa, por vertentes infinitas de estilos que combinam Brasil e África e transforma numa unidade muito simples e diversificada: a música. Fala de amor, como fala de problemas sociais, e tudo soa tão natural, que fica inconcebível o fato de ele ainda não estar nas rádios, programas de TV ou algum outro veículo de massa. Enquanto Wado não estiver próximo dos ouvidos da grande população, a música pop brasileira pouco fará sentido.


"Atlântico Negro" é um disco conceitual. Mas não, ele não possui uma estrutura que exige uma concepção da obra por um todo. Cada canção possui uma força unitária e, os diversos estilos, fazem a conexão África e América. Produzido por Kassin e Beto Machado, o disco ainda conta com diversas participações, entre elas Curumin e Romulo Fróes.

Desde uma narração de um estudante estrangeiro de Guiné-Bissau, até a última canção, uma regravação de um antigo funk-carioca (gravado de maneira respeitosa, segundo Wado), o disco não perde o ritmo. As músicas suingadas criam uma atmosfera perfeita para o conceito envolver o ouvinte, assim como as belas baladas "Pavão Macaco" e "Frágil, somadas ao samba "Hercílio Luz", fazem lembrar o Wado de trabalhos anteriores e cria um elo entre seus álbuns. Destaque também para um medley com a canção "Cavaleiro de Aruanda", já gravada por Gal Costa, Ronnie Von e Ney Matogrosso, e para "Boa Tarde, Povo", clássico cancioneiro alagoano que ganhou uma versão eletro que remete a Fatboy Slim.

Tratando até de preconceitos, Wado coloca na cabeça do ouvinte mais do que belas músicas. Coloca conceitos e questionamentos de onde a música brasileira popular vem e pra onde vai. E prova que, justamente, a música em si, está muito acima disso.

Wado - Atlântico Negro (2009)
Wado - Atlântico Negro (2009)
01 - Estrada
02 - Atlântico Negro
03 - Jejum / Cavaleiro de Aruanda
04 - Martelo de Ogum
05 - Cordão de Isolamento
06 - Hercílio Luz
07 - Pavão Macaco
08 - Frágil
09 - Feto / Sotaque
10 - Boa Tarde, Povo
11 - Rap Guerra no Iraque
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segunda-feira, 20 de julho de 2009

The Films - Oh, Scorpio (2009)

The Films

Ficou difícil para o The Films.
Depois de "Don't Dance Rattlesnake", seu potente álbum de estreia, um segundo disco seria uma ótima armadilha para derrubar os quatro americanos.

Bem...


"Belt Loops", single de 2007 do The Films, foi pra mim, facilmente, a música mais divertida daquele ano. Rock jovem e urgente, de guitarras rápidas, riffs bacanas, um refrão ótimo e pegajoso. Competente e refrescante, esse single, assim como todas as canções restantes do disco debute, foi o suficiente para apresentar o The Films. Sim, era mais uma banda que fazia aquele rock novo, enérgico e dançante. Não, não havia motivo para negar.

Iria chegar o momento do segundo álbum para os americanos, cedo ou tarde. Aquele papo de "teste-do-segundo-disco" já era esperado. O que fazer? Repetir a fórmula? O The Films preferiu não ir por esse caminho. Essa então seria uma forma de passar no temido "teste", certo? Talvez. A similaridade, ou até influência, com Hot Hot Heat, é clara. Um espírito Elvis Costello também dá forma ao disco. Isso significa que canções pop não faltam. E são saborosas.

Pop muito bem feito, elaborado e redondo. Simples, acima e tudo. Canções para dias calmos, para gerar sorrisos, para deixar o clima mais leve. Não há mais aquela energia convertida em velocidade. Há uma disposição incrível para se fazer um bom disco, repleto de canções agradáveis, com arranjos bacanas, que lembram os ingleses do The Kooks, e uma preocupação mútua de se valorizar a canção (e tudo que ela pede). Sem colocar ninguém para dançar, desta vez, eles optaram por agradar os ouvidos, apenas.

Ficou difícil para o The Films, mas pouco mais de 30 minutos foram o suficiente para "Oh, Scorpio" mostrar que eles não são dispensáveis enquanto puderem ser tão certeiros no pop. Eles conseguiram e nós ganhamos.

The Films - Oh, Scorpio (2009)
The Films - Oh, Scorpio (2009)
01 - Completely Replaceable
02 - Holiday
03 - Fingernails For Breakfast
04 - Pour It Out
05 - Amateur Hour
06 - Number 1
07 - God Bless Your Heart
08 - Hold On To Me Tight
09 - Me + The Thief
10 - Something Familiar
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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Noah and the Whale - The First Days of Spring (2009)

Noah and the Whale

"The First Days of Spring", o álbum, poderia se chamar, facilmente, "My Broken Heart", nome da quarta faixa do álbum. Isso porque o disco é uma obra sobre tristezas e desilusões em um relacionamento. "The First Days of Spring", a música, será (ou seria?) o primeiro single do álbum, mas bem poderia ser "Blue Skies" que, além de possuir maior potencial pop, já começa a adquirir uma certa popularidade nas rádios, justamente por falar de um coração partido de maneira tão arrebatadora.

Os primeiros dias da primavera fizeram tão mal aos corações dos ingleses do Noah and the Whale, que eles resolveram fazer um bem enorme aos nossos ouvidos.


Diferentemente do que fizeram em seu primeiro álbum, Charlie, Doug, Urby e Tom voltam sentimentais ao extremo para seu segundo trabalho. E isso fez muito bem a eles.

Se já haviam acertado nas primeiras composições, onde impunham climas alegres e músicas cheias de energia emanadas por violões, violinos e metais, quando resolveram utilizar todo esse potencial para falar sobre tristezas e corações partidos, ganharam mais força ainda. Isso porque Charlie Fink mostra uma habilidade especial para abordar o tema, soa mágico e cada detalhe da canção se torna hipnotizante. É maduro e melancólico, ainda que insira uma visão otimista em certos momentos. Seria como se o The National não fosse americano, fosse inglês e, ao invés da sutil influência do pós-punk, fosse influenciado por Neutral Milk Hotel e Belle and Sebastian.

O álbum possui um "lado A" e um "lado B", ainda que não fisicamente. Entre os dois atos, há um interlúdio, formado por duas faixas instrumentais e um momento maravilhoso, chamado "Love of an Orchestra". O lado A é um pouco menos acessível, digamos assim. Mesmo se tratando de música pop, a melancolia e a forma arrastada das canções, pode afastar os ouvintes menos dispostos. O lado B já possui uma disposição mais radiofônica (ainda que não possua nenhuma carga tão pop assim), mais cativante e que ajuda a compreender tamanha melancolia da primeira metade do álbum.

"The First Days of Spring" não é apenas um álbum. É mais uma obra definitiva sobre sentimentos, e mais uma prova de que cantar sobre relacionamentos, amores e desilusões é beber de uma água que parece nunca acabar. Cabe ao compositor dar um gostinho especial a esta água. O fato é, quanto melhor a canção, mais transparente esta água fica aos sentimentos, e mais saborosa ela se torna aos seus ouvidos.

Aceita uma taça? Ela pode se tornar ainda melhor caso esteja sozinho.

Noah and the Whale - The First Days of Spring (2009)
Noah and the Whale - The First Days of Spring (2009)
01 - The First Days of Spring
02 - Our Window
03 - I Have Nothing
04 - My Broken Heart
05 - Instrumental I
06 - Love of an Orchestra
07 - Instrumental II
08 - Stranger
09 - Blue Skies
10 - Slow Glass
11 - My door is Always Open
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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Julian Plenti - Julian Plenti Is... Skyscraper (2009)

Julian Plenti

Julian Plenti é Paul Banks, e isso já deveria ser o suficiente, mas não é.

Líder, vocalista e compositor do Interpol, Paul Banks apresenta seu alter-ego Julian Plenti, e lança um álbum solo, com um conjunto e canções que incluem algumas de suas canções compostas antes da existência de sua banda. E quando digo que ser Paul Banks já seria o suficiente, falo sobre realmente entender de quem se trata Julian Plenti mas, realmente, há uma diferença brusca entre o homem a frente de uma das mais importantes bandas da década e o introspectivo compositor do álbum "Julian Plenti Is... Skyscraper".

A maior semelhança entre os dois (dois?) é a qualidade. Ambos são ótimos, e poderiam ser até três.


Lançado pela Matador, "Julian Plenti Is... Skyscraper" será lançado oficialmente no início do próximo mês e, obviamente, já está na internet. Não sabendo de onde surgiu a necessidade, para Paul Banks, de gravar um trabalho solo, me deparei com a notícia e não acreditei nos bons resultados que poderiam surgir então. Acompanhando as canções que aos poucos eram divulgadas, também não me animei. Foi necessário ouvir a obra por completo, para entender a razão e enxergar o valor.

Com sua voz grandiosa e melancólica, Banks (Plenti?) apresenta diferentes momentos, e poucos deles lembram Interpol. O que é bom. Ganhamos um artista diferente. Mas, ainda assim, é impossível não criar um elo que liga os dois trabalhos. Além da voz inconfundível, o clima sombrio também é uma semelhança indiscutível porém, a forma como as canções se desenvolvem, os formatos que permitem mais experimentações melodiosas e os arranjos (sintetizadores, na maior parte) diferem Julian Plenti de Paul Banks e sua banda.

Julian Plenti aposta em situações mais introspectivas, canções mais adultas, menos "banda-de-rock", e se dá bem. Se não havia motivos para acreditar que esse projeto não fazia sentido, na altura da quarta faixa, "Games For Days" (música mais Interpol e mais "agitada" do álbum), você já está imerso no oceano da imaginação do compositor, neste projeto tão pessoal quanto belo.

Paul Banks é Julian Plenti, e isso foi mais do que o suficiente para surgir um grande álbum.

Julian Plenti - Julian Plenti Is... Skyscraper (2009)
Julian Plenti - Julian Plenti Is... Skyscraper (2009)
01 - Only If You Run
02 - Fun That We Have
03 - Skyscraper
04 - Games For Days
05 - Madrid Song
06 - No Chance Survival
07 - Unwind
08 - Girl On The Sporting News
09 - On The Esplanade
10 - Fly As You Might
11 - H
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quarta-feira, 8 de julho de 2009

Chris Garneau - El Radio (2009)

Chris Garneau

Aptidão existe, claro. Vejo uma diferença clara entre aptidão e dom. Pra mim, o primeiro é uma pré-disposição do seu cérebro, ou do organismo de forma geral, para certo tipo de atividade. E dom, pra mim não existe. Não acho que tem aquela pessoa que já nasça sabendo algo. Se bem que, ao ouvir Chris Garneau, gera uma certa dúvida.


Exageros a parte, Chris Garneau é apenas um músico equivocadamente definido como algo que transita entre pop-barroco (sério...) e folk. Evidentemente, ele é apenas um artista pop, que usa de diversas vertentes da música para criar suas canções. Então por que eu falei de aptidão?

A sensibilidade como compositor, deste estadunidense influenciado por Cat Power e Elliot Smith, é excepcional. E isso não cabe somente às letras, mas toda a melodia e arranjo elaborado para cada música. Se em seu debute o artista pecava por uma certa repetição, pecava o suficiente para receber um "terrible" da Pitchfork, ele resolveu fazer diferente. Apostou em melodias mais elaboradas e acertou em cheio. Os arranjos, liderados pelo piano, contam com violoncelos, violinos, xilofones e vozes femininas.

Com uma voz tão sutil, que beira o infantil, Garneau comanda canções melancólicas que são capazes de despertar diferentes sensações no ouvinte. E trabalha isso muito bem. "El Radio", que já rodava pela internet desde final de junho, foi lançado, oficialmente, ontem e, mesmo que ainda não tenham surgido tantas críticas pela mídia especializada, é perceptível a evolução do artista e admirável seu trabalho, suficientemente bom para você dar uma chance, caso não o conheça, e outra chance, caso não tenha se encantado pelo primeiro lançamento.

Colocar uma dúvida na minha cabeça, sobre dom e aptidão, não é muito simples. Ele conseguiu. Talvez consiga, também, mexer com você e gerar vários outros pensamentos, sejam dúvidas ou alegrias, desconfianças ou desejos. Chris Garneau fez um álbum sobe sentimentos, que gera sentimentos. E não há nada de "terrible" nisso.

Chris Garneau - El Radio (2009)
Chris Garneau - El Radio (2009)
01 - The Leaving Song
02 - Dirty Night Clowns
03 - Raw and Awake
04 - Hands on the Radio
05 - No More Pirates
06 - Fireflies
07 - Home Town Girls
08 - Over and Over
09 - Cats and Kids
10 - Les Lucioles en re Mineur
11 - Things She Said
12 - Pirates Reprise
13 - Black Hawk Waltz
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segunda-feira, 6 de julho de 2009

Florence And The Machine - Lungs (2009)

Florence And The Machine

Quando eu disse que o jogo era torcer e esperar pelo álbum de estreia de Florence And The Machine, teve gente (cof, cof) que torceu até demais, foi catando qualquer link que prometia o esperado disco. Não à toa. Com singles e EP de estreia mais do que compententes, surpreendentes, Florence Welch e sua banda de teclado, bateria, guitarra e harpa (sim, harpa que faz toda a diferença) já conquistaram crítica, público e hype. Hype esse responsável por trazer releases ruins para atiçar ainda mais aqueles que, como eu, esperavam tanto por esse álbum.

Enfim, surge uma boa versão. Confie em mim, essa é uma versão de qualidade para um álbum de qualidade indiscutível.


Além das já conhecidas "Dog Days Are Over", "Kiss With A Fist", "Rabbit Heart (Raise It Up)" e o cover "You've Got The Love", Florence And The Machine ainda tinha algumas outras ótimas canções para nós. Ainda bem.

Florence poderia se tornar mais uma artista a se perder após uma ótima estreia (num single ou em um grande EP). Felizmente isso não aconteceu. "Lungs" é repleto de canções maravilhosas, que mesclam influências oitentistas com novidades do universo indie, seja aquela onda neo-hippie ou as dezenas de doces, ou não tão doces assim, garotas cantoras. Mas o diferencial são os arranjos das canções. Originais e redondos, preenchem as músicas por completo e criam belas paisagens para Florence caminhar a vontade. Ainda assim, a voz de Florence Welch continua sendo o principal instrumento da banda.

Com um timbre espetacular, que une Pop, Soul e Rock'n'roll, ela deixa registrada a sua marca: potencial vocal totalmente consciente, que extrapola no momento correto e se contém para criar os melhores climas. Com um sotaque igualmente saboroso e uma inteligência única para cantar, Florence tem como foco a canção e, qualquer coisa que faça, é para privilegiar detalhes de cada música. O álbum não funciona como um portfolio de sua voz, pelo contrário, há uma unidade interessantíssima e rara, quando se trata de cantores e sua banda (quando os cantores são o verdadeiro foco do projeto, digo), por isso a voz funciona realmente como mais um instrumento que compõe o arranjo de 13 ótimas faixas de "Lungs".

Se você já aguardava esse lançamento, e procurava como um louco(a) por ele, não vou dizer mais nada. Clique abaixo e baixe. Você já sabe o que esperar. Agora, se não faz ideia do que é Florence And The Machine, prepare-se: você está prestes a ouvir as melhores intepretações em voz feminina do ano. Desta vez, sem jogo nem nada, apenas com sinceridade.

Florence And The Machine - Lungs (2009)
Florence And The Machine - Lungs (2009)
01 - Dog Days Are Over
02 - Rabbit Heart (Raise It Up)
03 - I'm Not Calling You A Liar
04 - Howl
05 - Kiss With A Fist
06 - Girl With One Eye
07 - Drumming Song
08 - Between Two Lungs
09 - Cosmic Love
10 - My Boy Builds Coffins
11 - Hurricane Drunk
12 - Blinding
13 - You've Got The Love
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