
"Eu tenho que cantar. Tenho que gritar. Este mundo é duro. Cara, você vai entender se deixar algo que ama ir embora."
É mais ou menos isso que diz Damion, um americano declaradamente apaixonado pela força da cultura Irlandesa. E talvez diga isso um pouco embriagado, já que ele mesmo diz que todas suas canções nasceram de Pubs, bebidas e relacionamentos.
Embriaguez essa que, talvez, seja a atmosfera de todo o álbum. Não só a de álcool (não só, mas está ali com bastante força), mas também de sentimentos. Há um misto de desespero e passos trôpegos, de esperança e uma dose de whisky. É como chamar o garçom e dar um abraço nele, ou beber das próprias lágrimas no sofá de casa. Como juntar os amigos e fazer um coro gritado naquela música que insiste em tocar no bar, com ou sem felicidade... isso não importa.
A abrangência da voz de Damion é ponto alto. Vai do pop radiofônico à mais irregular construção. Pra ele, funciona muito bem. A despretensão não é sinônimo de amadorismo, pelo contrário, o arranjo parece ter sido meticulosamente preparado para que tudo isso soasse assim, feito pra gritar junto. E você nem vai precisar estar bêbado para ver Darwin, Jesus, o demônio e Damion, todos juntos.

Damion Suomi - Damion Suomi (2009)
01 - Archer Woman
02 - Darwin, Jesus, The Devil, And Me
03 - What A Wonderful Game
04 - San Francisco
05 - Sunday Morning
06 - Ghost
07 - One More Time
08 - Oh Won't You Please
09 - Save Your Ass
10 - Waltz

